Com a crise fiscal dos anos 1980, o Estado brasileiro, revendo sua atuação, renunciou ao setor de telecomunicações por meio de um processo de privatização. Isso despertou um aumento de competitividade e uma necessidade de reestruturação do segmento, no que diz respeito a empresas, estratégias, estruturas, modelos de atuação, processos e identidades. Requereu-se maior necessidade de adaptação, enfocando-se a mudança. Com base nisso, este estudo tem como objetivo analisar os processos de identificação dos indivíduos em ambientes de mudança organizacional em uma empresa de prestação de serviços em telecomunicações, a partir de uma perspectiva qualitativa, interpretativista. Como metodologia, foram utilizadas entrevistas em profundidade, cuja amostra foi composta por treze indivíduos que atuaram ou estão atuando numa das maiores empresas do ramo no país. No escopo deste trabalho, entendem-se a identidade organizacional, sob a perspectiva de Schultz e Corley (2000), como um fenômeno em permanente construção, provendo a organização de uma melhor capacidade de adaptação às mudanças e às novas demandas, e os processos de identificação, na perspectiva de Ashforth, Harrison e Corley (2008) também como fluxo, algo continuado, cujos principais atributos estariam nos componentes centrais da identidade, seguidos pelos conteúdos e pelo comportamento da identidade. Como resultados, foram encontradas duas identidades organizacionais concomitantemente, uma de perspectiva mais interna e uma de perspectiva mais externa, e seis categorias, caracterizando os processos de identificação, implicando em baixa de eficiência e produtividade, em função da perda de conhecimento, ocasionada por desengajamento e descomprometimento.