Esta monografia visa analisar qual seria a possível função da escrita no caso da Melancolia, levando em consideração que muitos poetas e romancistas transformam a angustia e a dor de existir no belo. Por se tratar de um trabalho sobre escrita e melancolia, considerando uma perspectiva psicanalítica, não poderia deixar de reafirmar a posição sustentada tanto por Freud quanto por Lacan de que diante da arte, estamos na condição de aprendizes, ou seja, o artista sempre precede o psicanalista e lhe abre os caminhos. Como a melancolia é um tipo clínico que se encontra no campo da psicose, antes de abordá-la, descreve do que se trata a psicose e como é dada a estrutura psíquica do sujeito. A partir do entendimento da estrutura psicótica, aprofunda o conceito de melancolia, que está associada a uma perda fundamental, à perda do ideal que encobriria a falta da castração no campo do Outro. Para Freud, ocorre um furo no psiquismo que culmina numa hemorragia de libido e para Lacan, que nomeia a melancolia como a dor de existir, é um furo do gozo próprio à estrutura da linguagem. Articula os conceitos de melancolia e as possíveis funções da escrita, com a vida e a obra das escritoras Florbela Espanca e Virginia Woolf.