O presente trabalho pretende analisar a resistência não violenta presente na Palestina, dando uma ênfase ao movimento de resistência protagonizado por mulheres. Trata-se de estudo de caso realizado com a ONG Palestinian Working Woman Society for Development (PWWSD), uma das principais organizações de mulheres presentes nos Territórios Palestinos Ocupados.O estudo foi realizado a partir de pesquisa bibliográfica sobre resistência não-violenta, partindo, sobretudo, da perspectiva de Gene Sharp, e sobre o movimento de mulheres palestinas, baseado nas contribuições de Ellen Fleishman, Shadi Wadi, IslahJad e Rosemary Sayigh, entre outras. A análise da ONG se deu com base em relatórios disponíveis em seu site, referentes aos trabalhos realizados pela organização em 2013 e 2014, entrevista realizada com uma integrante da organização em fevereiro de 2016 e a partir da leitura de demais materiais publicados pela PWWSD (folders e informações disponíveis no seu site). A hipótese testada é de que o movimento de mulheres palestinas possui uma ampla tradição de resistência não violenta e que a PWWSD se insere de forma paradigmática neste contexto. Ao analisar a literatura referente à resistência não violenta no contexto específico da Palestina, notamos uma diferença de abordagem entre os estudos realizados antes e depois dos Acordos de Oslo, sendo os primeiros mais confiantes nesse tipo de resistência como ferramenta para superação da dominação israelense. Em relação ao movimento de mulheres palestinas, analisamos a presença desse tipo de resistência desde o início da colonização sionista e, com maior nível de detalhe, nos trabalhos desenvolvidos pela PWWSD.