A comunicação entre paciente, família e equipe médica no contexto das unidades de terapia intensiva se torna bastante complexa em função dos inúmeros fatores que perpassam este setor. A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é um contexto de alta complexidade destinado a pacientes que necessitam de cuidados intensivos. A internação nessa unidade desestabiliza física e emocionalmente não apenas o sujeito internado, mas toda a família. Os profissionais de saúde que trabalham em UTI defrontam-se diariamente com questões relativas à morte, ao morrer e ao sofrimento humano, expondo seus limites e fragilidades, sendo o médico o responsável pela vida do paciente. O objetivo deste trabalho é realizar uma revisão bibliográfica acerca da relação médico-familia em UTI de adulto, tendo como foco a comunicação. Dentro desta proposta, foi realizado levantamento bibliográfico nas seguintes bases de dados online: Bireme e Scielo, bem como no site da Revista Brasileira de Terapia Intensiva (RBTI). Foram selecionados catorze artigos em português publicados nos últimos dez anos através dos descritores comunicação e terapia intensiva que incluíam também a relação médico-familia como tema. Da análise do conteúdo destes artigos, emergiram quatro categorias: família na UTI; cuidados paliativos em UTI; processo de tomada de decisão e formação médica. Como resultado, foi observado que muitos médicos evitam comunicar más notícias ou a realizam de maneira inadequada, promovendo conseqüências negativas para os próprios médicos, para o paciente e seus familiares. A comunicação é um dos pilares da Medicina Paliativa, sendo uma das competências fundamentais para o cuidado em saúde. As maiores dificuldades detectadas para a implementação dos cuidados paliativos na UTI foram relacionadas às definições prognósticas e à comunicação com a família. A forma como se estabelece a comunicação verbal entre família e equipe interdisciplinar é crucial no processo emocional dos familiares podendo exacerbar ou minimizar o sofrimento deles.