É sabido por todos aqueles que estudaram o surgimento e posterior desenvolvimento da psicanálise que, em função de divergências teóricas entre os personagens principais do movimento psicanalítico, várias foram as rupturas entre tais figuras, mais notadamente entre o próprio criador da psicanálise, Sigmund Freud, e alguns de seus mais destacados discípulos, tais como Wilhelm Reich, Alfred Adler e Carl Gustav Jung. No que concerne à dissolução da relação profissional entre Freud e Jung e, consequentemente, também no campo pessoal, evidencia-se a divergência teórica crucial entre ambos, referente ao conceito de libido (energia psíquica). Buscamos neste trabalho definir a visão de cada um sobre tal conceito teórico bem como as características que os aproximam e os distanciam. Neste sentido estaremos nos valendo da Filosofia, ou mais precisamente de um filósofo alemão em particular, Arthur Schopenhauer, a fim de demonstrar como e em que medida seu conceito de Vontade influenciou tanto Freud quanto Jung na construção de suas próprias visões acerca da libido (energia psíquica), ou seja, qual a base filosófica que de alguma forma deu sustento aos pressupostos teóricos daqueles que são considerados os dois principais autores da assim chamada psicologia profunda.