Paisagens Evanescentes: Discussões sobre arte, paisagens experienciadas e cotidiano urbano é um ensaio acerca de propostas artísticas que lidam com interferências espaciais, sobretudo intervenções inseridas na cidade. Traz à tona, questões relativas ao espaço urbano, particular e privado, - levado às contingências da esfera pública -, em situações dispares. Relacionando práticas contemporâneas, de diferentes linguagens, com experimentos que permearam o século XX. Pensando nos trabalhos em diálogo com manifestações fronteiriças a arte institucionalizada, a presente pesquisa reúne imagens do fotografo Antônio Saggese(1988-1990), as inscrições da artista plástica Joana César(2010) e as paisagens dinâmicas do artista Daniel Burem(1986-2010), bem como a proposta Experiência número 2 do arquiteto artista Flávio de Carvalho(1931) e algumas orientações desenvolvidas nos experimentos situacionistas durante a década de 60. A esfera do comum é repensada frente aos paradigmas e as dilatações próprias das trocas cotidianas. Michel De Certeau, Louise Gans e Giorgio Aganbem são autores que norteiam e problematizam o espaço , e servem como aparato teórico para as discussões que se seguem. O primeiro pensador contribui para essa investigação ao contrapor as táticas (movimentos que tem por orientação, a ação constantemente revisada pelas condições ambientais) às relação as estratégias(intenções direcionadas a um fim pressuposto) . Aliada a essa dualidade, Louise Gans e Giorgio Aganbem iluminam espaços que se configuram avessos a molduras e generalizações, apontando os fluxos das paisagens experienciadas. Cabe às linhas que se seguem expor a cidade inventada e as formas de laborar a imersão do corpo nos espaços de troca por vias da arte. Desde já, o questionamento central desse texto se dá frente ao projeto moderno e as possibilidades que se abrem com a desterritorialização das informações e inventividade das experiências em contextos urbanos.