Este artigo propõe uma análise de 2Cor 3,1-18. A questão a ser enfrentada diz respeito ao ministério paulino e à sua recepção entre os coríntios. Nessa relação surge não somente a necessidade de defesa, da parte do apóstolo, do seu ministério, mas visa a orientar os coríntios a uma melhor compreensão da participação deles na economia da nova aliança. A abordagem exegética segue a análise retórico-literária. Com uma impostação pastoral, Paulo propõe uma argumentação estruturada e com uso de artifícios literários típicos da arte da oratória. Será desenvolvida uma análise particularizada, considerando cada micro-unidade do texto, separadamente e como parte da dispositio, ou seja, da organização interna da perícope: subpropositio-ratio (vv. 1. 2-3), argumentativo I (vv. 4-6. 7-11), argumentatio II (vv. 12-17), peroratio (v. 18). Assim como a identificação da presença dos vários recursos retóricos (construções antitéticas, amplificatio, figuras de linguagem) usados pelo Apóstolo, na composição do texto e da pertinência para a sua compreensão. A conclusão trata do gênero retórico prevalente na unidade retórica, deixando clara a impostação e o objetivo de Paulo ao tratar do tema. As temáticas mais representativas do texto, de grande densidade teológica, são condensadas em três áreas inter-relacionadas: Ministério da Nova Aliança, Pneumatologia e Eclesiologia.