O presente artigo pretende estudar a política externa brasileira para o caso palestino, a partir de modelos como o de Walter Carlsnaes e outros pensadores ligados ao estudo da Análise de Política Externa (APE), apresentando as dinâmicas do processo de reconhecimento do Estado palestino pela interação de agentes e estruturas envolvidos. Buscamos expor os vieses e reveses do processo de tomada de decisão que levaram ao reconhecimento da Palestina como Estado independente com fronteiras de 4 de junho de 1967. Fazemos aqui uma análise da condição brasileira em sua busca por um papel de protagonista e da importância da presente temática na procura pelo Brasil por um papel de liderança internacional. Nosso questionamento central é: o reconhecimento do Estado palestino deve-se à tentativa de uma projeção política em meio ao sistema internacional multipolar? O intuito do trabalho é mostrar de que forma o reconhecimento do Estado palestino se insere na agenda de prioridades e de aspirações do Brasil, buscando auferir as causas e inferir os resultados dessa tomada de decisão. Concluímos que a busca pela multiplicidade de novos parceiros, alinhada às causas sociais, fizeram com que o reconhecimento da Palestina fosse um tema prioritário para o Estado brasileiro, dada a pretensão do país de atuar como protagonista em um sistema internacional em crescente multipolarização.