Nos últimos anos houve um grande aumento no número de bolsas concedidas pelo Governo Federal através da implantação da política de cotas em instituições públicas de ensino e do programa ProUni (Programa Universidade para todos), sendo assim, o número de universitários oriundos de extratos sociais menos favorecidos teve um grande aumento nas universidades que eram consideradas acessíveis apenas para as classes mais favorecidas economicamente. Por causa disso, jovens oriundos de extratos sociais menos favorecidos passaram a concorrer, aparentemente em situação de igualdade, com jovens de classe média, na busca pelas melhores vagas do mercado de trabalho. No entanto, a concepção de Bourdieu (2007) acerca da reprodução social das desigualdades sociais é postula que o diploma não é suficiente para que os indivíduos tenham acesso às mesmas oportunidades de inserção no mercado de trabalho. Tendo em vista este pressuposto foram analisadas as trajetórias de vida de jovens ex-bolsistas da PUC-Rio com o objetivo de conhecer os fatores que os levaram à busca de escolaridade e se a educação fez com que obtivessem uma melhora em sua situação financeira e social. Será o fator educação o único determinante que influência na conquista de um bom posicionamento no mercado de trabalho? Ou será que fatores como renda, cor e origem social também interferem na ascensão profissional dos jovens? Os achados da pesquisa evidenciam que os indivíduos de extrato sociais menos favorecidos são apenas parcialmente afetados pela falta de capital econômico que limita seus investimentos na ampliação de seu capital cultural para alavancar suas carreiras.