Este e um trabalho que objetiva pensar sobre as compreensoes de homem e mundo dos tempos Atuais. Com esse intuito, sera feita uma incursao pela perspectiva tradicional de pensamento, presente na modernidade e que resultou em concepcoes indivisas e universais, tais como: sujeito, pessoa e individuo. Com isso, o que se pretende e refletir sobre o que e o homem, a partir de questionamentos da pratica clinica e a luz de alguns pensadores, especialmente HEIDEGGER, com aportes significativos de DELEUZE e SIMONDON. Estes autores vao demonstrar que o homem so e possivel de ser compreendido no seu processo existencial ou de individuacao. Em seguida, reflete-se sobre os acontecimentos do mundo contemporaneo que questionam o projeto da modernidade e, junto com ele, os valores racionais e a hegemonia do sujeito autonomo senhor de si e com uma identidade claramente definida. No seu desenrolar, este texto vai aludir que essa tradicao de pensamento e herdeira de uma concepcao de individuacao relacionada a um individuo ja dado, ou seja, ja constituido. No desenrolar das ideias, o texto vai apontar que estamos, nesse comeco de um novo seculo, sendo convocados e desafiados a desconstruir os ideais da tradicao filosofica das identidades e das representacoes. Essa tradicao implica conceitos opostos e excludentes, incapaz de produzir ideias compostas, intermediarias e complexas. Nas suas evolucoes, o trabalho pretende mostrar que o mundo contemporaneo enseja multiplas configuracoes. O humano, nessa nova configuracao, deve ser compreendido nao so como singular, mas singular-plural; nao so homogeneo, mas homogeneo-heterogeneo; nao so, finalmente, individuo-pessoa entendido como substancia essencial e indivisa, mas, principalmente, o homem que penetra e e penetrado pelo mundo, numa mutua constituicao. Finalmente, indica-se que necessitamos pensar junto com Edgar MORIN, na elaboracao deste pensamento complexo, quando esse autor destaca que necessitamos fazer toda uma 'reconstrucao conceitual' que de conta dessa nova ideia de sujeito.