No presente trabalho, pretende-se avaliar os efeitos de ciclos de umedecimento e secagem na resistência ao cisalhamento do solo. Este estudo é de grande importância, particularmente,para os solos brasileiros, já que se encontram em uma região tropical, onde verifica-se a ocorrência de períodos bem definidos de chuvas e estiagem. Sabe-se que, longos períodos de chuvas podem saturar o solo, assim como durante a estiagem,pode ocorrer uma maior evaporação do que infiltração de água, o que leva o solo a uma condição não saturada, provocando o surgimento de uma nova componente de resistência, a coesão aparente. Na natureza, estes dois períodos não ocorrem de maneira uniforme, fazendo com que o solo atinja valores de sucção diferentes, dependendo do seu umedecimento e secagem. Assim sendo, ciclos de umedecimento e secagem e o nível de sucção atingido correspondente, podem afetar o comportamento mecânico do solo. Afim de verificar a influência de tais ciclos de umedecimento e secagem, determinou-se a resistência ao cisalhamento do solo, por meio de ensaios de cisalhamento direto com sucção controlada no equipamento desenvolvido na PUC-Rio. O umedecimento e a secagem do solo,foram simulados, em laboratório, através da diminuição e aumento da sucção, respectivamente. Utilizou-se o solo maduro do campo experimental II da PUC-Rio, peneirado e compactado em laboratório.Foram realizadas várias séries de ensaios, em que se modificavam os procedimentos realizados em relação aos níveis de sucção aplicados. A partir dos resultados obtidos,verificou-se a influência dos ciclos de umedecimento e secagem e dos níveis de sucção atingidos em cada caso, na resistência ao cisalhamento do solo, bem como na variação de volume total e de água nas amostras, durante o cisalhamento.