Este trabalho teve como objetivo geral compreender a rede de relações familiares que envolve a criança, filha de mãe adolescente. Nessa configuração familiar, investigamos a participação de diferentes membros da família, quais sejam: o pai da criança, a mãe e uma das avós. Interessava-nos, mais especificamente, compreender como se constituem as redes de crenças e desejos das pessoas que se envolvem com os cuidados e afetos dessa criança e a ética que rege esse grupo familiar no que diz respeito a ela. Realizamos a coleta de dados, utilizando uma entrevista semi-estruturada. Das 08 famílias participantes da investigação, tivemos acesso a 08 mães, 04 pais e 06 avós, todos procedentes da cidade do Recife e de padrão socioeconômico e cultural médio. As entrevistas foram todas gravadas e transcritas literalmente. Realizamos uma análise do conteúdo das narrativas desses participantes, buscando detectar sua rede de crenças e desejos desde que tomaram ciência da gravidez até o momento atual. Os resultados nos mostram que o casal parental geralmente se casa (casamento legal ou união consensual) logo após receber a notícia da gravidez, porém essas uniões têm curta duração, o que vai acarretar pouca convivência do pai da criança com ela. Há um predomínio da presença feminina nessas configurações familiares (mães e avós). Os cuidados e afetos são responsabilidades, principalmente das mães, porém, com a ajuda das avós maternas, que são também as principais responsáveis pela manutenção da criança. As crianças são vistas, pelos familiares, como inteligentes, com bom vocabulário e centro das atenções familiares.