Em tempos de pós-modernidade, mudanças de natureza política, social, econômica e tecnológica nos proporcionam uma instrumentalização diferenciada de formas de sociabilidades e, assim, desestabilizam-se maneiras cristalizadas de ver o mundo social. Em outras palavras, busca-se a lógica da hibridade para que se entendam o mundo social e os discursos nele imbricados. Nessa desarticulação de visões arraigadas, há uma demanda da capacidade de se trabalhar interdisciplinarmente (LOPES,2007). A presente pesquisa, cuja natureza é sociointeracional (cf. VYGOTSKY 1939,1934), corrobora a ideia de que o embate entre as múltiplas linguagens e áreas deva ser ressignificado. À luz dessa perspectiva, este estudo embrionário procura analisar as barreiras encontradas por duas docentes ao elaborar um projeto que visa transpor as barreiras disciplinares. O projeto de apoio à melhoria do ensino no estado do Rio de Janeiro é fomentado pela FAPERJ. Tal discussão foca a perspectiva sócio-histórica (cf. BAKHTIN) enquanto prática social e cultural situada na contemporaneidade, convocando o olhar para a transposição de construtos teórico-metodológicos fundantes que perpassam as práticas de letramento (STREET, 1994) e a pedagogia de multiletramentos (CAZDEN, 1996). Neste viés, o diálogo entre as diferentes linguagens pode encontrar um cenário profícuo. Os dados foram gerados a partir de uma sessão reflexiva proposta pela pesquisadora para olhar as dificuldades das docentes quando idealizaram o projeto. Essa opção metodológica está fundada na concepção de pesquisa dialógica de Coulter (1999). São dados parciais, visto que a pesquisa é embrionária.