Carl Gustav Jung promoveu uma rica, diversa e profunda exploração da alma humana. Comprovou e demonstrou a vida simbólica por nós vivida, arraigada nos conteúdos inconscientes que nos habitam, estabelecendo por si só um profundo canal de conexão entre a Psicologia e a Arte. O Teatro, ainda que - no Ocidente - seja uma Arte bastante associada à expressão verbal, atua de modo significativo (e mesmo que exista o falar), no plano do não-verbal. Nesta esfera de infinitas significações o inconsciente manifesta-se em conteúdos representados por imagens simbólicas, oníricas e atua com vigor. São profundas as transformações que um indivíduo pode experienciar quando em contato com o poder da Arte e sua sagrada relação com os conteúdos internos da psique. Isso nos lança ao aprofundamento dos assuntos da sensível humana condição, por meio do teatro desenvolvido pelo diretor e encenador polonês Jerzy Grotowski. A arte edifica os seres em sua essência original, proporcionando-lhes um contato profundo com a própria existência na Vida. Aqui, a arte teatral foi investigada como veículo para as imagens do inconsciente, e como uma expressão do processo de individuação. Sob a égide junguiana, foram delineadas as vias deste raciocínio assim objetivado.