A teologia pauta-se na experiência de Deus. Deus se autocomunica, fazendo-se acessível ao ser humano enquanto criatura capaz de Deus. Este ser humano é um ser transcendental, que se realiza na abertura a este Outro. Da tentativa de exprimir esta experiência surge a teologia. Ela é uma palavra sobre o Mistério que se autocomunicou a nós, esforço dizer algo sobre aquilo que é inexprimível e inesgotável. A teologia, no entanto, muitas vezes tematizada de modo a-histórico, desprovida de significado para as pessoas e restringindo-se a doutrinas desconexas com a vida concreta. Uma linguagem abstrata, teórica e descontextualizada, que não diz nada para o homem moderno nem mesmo quando este ainda se afirma cristão. Este tipo de teologia faz a Igreja cair num descrédito, limitando sua reflexão e atuação à sacristia; sem influxo na sociedade e na cultura. Pretenderemos aqui, em primeiro lugar, apontar a importância da experiência para que a teologia tenha a sua pertinência e relevância no tempo presente. Em segundo lugar, verificaremos a questão da experiência como o fundamento, a raiz da teologia. Por fim, mostraremos que a experiência não é somente o fundamento da teologia mas também o seu destino, uma vez que ela deve ser oportunidade para novas experiências com o Mistério.