A história de Levittown, subúrbio na região de Long Island, próximo à cidade de Nova York, se confunde com a história dos chamados Anos Dourados norte-americanos. Concebido e erguido pela família Levitt, Levittown revolucionou a construção civil do pós segunda Guerra Mundial, colocando em prática o conceito de produção em massa para casas pré-fabricadas. Sucesso de vendas graças à tecnologia de ponta aliada ao baixo custo, Levittown modificou o conceito de subúrbio até então existente: tornou-se o lar da classe média branca, afluente, principal representante do American dream e reverberou pelos demais suburbs do país o modelo de comunidade ali criado. No entanto, a década de 50, marcada pela luta entre norte-americanos e russos por hegemonia política e militar, também foi palco da Guerra Fria e ameaças de ataques nucleares. Neste contexto, o que se viu em Levittown e, por consequência, nos demais subúrbios brancos de classe média foi uma desesperada busca por segurança e estabilidade apoiada na tríade família, consumo e religião. A partir dos espaços de sociabilidade criados pelos seus próprios moradores, surgiu uma nova cultura de subúrbio duramente criticada por seu conformismo e homogeneidade.