Observa-se no discurso pedagógico e acadêmico uma grande ênfase à relevância das novas tecnologias no contexto educacional. Ao considerar a valorização atribuída pela sociedade a tudo que é inovador e a constante reformulação pela qual passa o conhecimento na sociedade da informação, tanto a incorporação das novas tecnologias ao ambiente educativo como as políticas educacionais voltadas para a inclusão digital parecem ser plenamente justificáveis. Este artigo, porém, pretende problematizar os desdobramentos desse discurso aparentemente inquestionável para a constituição identitária do professor, em especial, de línguas, com base no escopo teórico-metodológico dos estudos discursivos de linha francesa. Para tanto, contrastamos a noção de identidade versus as análises de um excerto de texto publicitário e de algumas sequências discursivas provenientes do corpus do trabalho de Tavares (2010). Por fim, concluímos este trabalho com algumas ponderações sobre como a identidade do professor pode sofrer desestabilizações em função da interpelação do discurso das novas tecnologias.