Este trabalho contempla uma investigação sobre juventude e política no contexto contemporâneo brasileiro, tomando a educação popular como centro de sua ação. A expansão dos chamados cursos pré-vestibulares comunitários no Rio de Janeiro, desde a década de 90, vem representando um importante vetor de tensionamento de nosso sistema educacional (SANTOS, 2005), assim como um novo campo de investigação para as ciências humanas. Originados no interior de lutas e movimentos sociais, estes cursos vêm ampliando a possibilidade de ingresso e ação política de jovens das classes populares nas universidades. Partindo de uma compreensão da subjetividade humana como um efeito de agenciamentos coletivos de enunciação (GUATARRI E ROLNIK, 1980), mostra-se interessante pensar os modos de subjetivação construídos nestes cursos e suas consequências nas práticas cotidianas. O processo de construção da subjetividade política (CASTRO, 2008a, P. 254) nestes espaços, envolvendo experiências de engajamento dos jovens que os levam a assumir ações coletivas no campo social, afeta diretamente as maneiras como eles vivenciam o espaço acadêmico. O método da cartografia e as discussões sobre o lugar da imagem técnica no contemporâneo (JOBIM E SOUZA, 2011; GODINHO, 2011) são as principais referências para nossa construção metodológica. A cartografia nos guiou pelas diferentes experiências no campo dos pré-vestibulares comunitários, até a definição da Associação Mangueira Vestibulares como campo de pesquisa. Já as considerações sobre a importância das imagens na contemporaneidade motivaram a criação de uma narrativa audiovisual sobre a dimensão política desse movimento social, construindo um documentário coletivamente com os sujeitos da pesquisa na intenção de ampliar o debate para além dos limites da academia.