Podemos tratar da realidade da Igreja Local de dois modos. Primeiramente oferecendo uma exposição de pronunciamentos do magistério da Igreja que determinam de antemão os marcos teóricos da temática segundo, naturalmente, o peso dogmático dos mesmos. Chegamos assim a um texto claro e seguro, bem sistematizado, porém demasiado teórico e idealizado quando confrontado com a realidade eclesial concreta para a qual buscamos uma orientação. A outra modalidade de abordagem, que será a nossa, procura refletir a temática sem prescindir na própria reflexão do contexto real no qual ela acontece. Esta opção dificulta e complica o estudo, mas resulta mais prática e eficaz por ter em consideração os componentes reais da atual situação eclesial, mesmo que não sejam diretamente de cunho teológico. Nossa abordagem se situa na mesma linha de outras elaborações teológicas que buscam responder ao desafio da modernidade ao apontar para a base antropológica das verdades da fé, como do fato da revelação, da pessoa de Jesus Cristo, da manifestação da Santíssima Trindade, da existência dos sacramentos, da realidade complexa que é a salvação cristã, e, por fim, da própria Igreja como realidade humano-divina. Numa parte introdutória examinaremos o nosso contexto atual a partir do qual estudaremos o tema proposto e veremos que pressupostos ele exige para que nossa reflexão seja mais objetiva e isenta. Em seguida exporemos o que constitui a Igreja a partir dos dados da revelação, a saber, os componentes teológicos imprescindíveis para haver Igreja sem mais. Numa terceira parte examinaremos a Igreja como comunidade de homens e mulheres que aceitam a revelação de Deus na pessoa de Jesus Cristo, e o que daí resulta para uma compreensão da Igreja Local. Posto isto poderemos abordar melhor tanto a relação da Igreja Local com a Igreja Universal numa quarta parte, quanto a relação da Igreja Local com os movimentos numa quinta e última parte.