Após a adoção do Plano Real e do sistema de metas para a inflação, a economia brasileira vivenciou a queda da taxa de inflação e da taxa de juros. Embora esse cenário de convergência seja benéfico e desejável, há alguns entraves para sua consolidação. O atual rendimento da poupança, em 6% a.a. mais TR, é um deles, por tornar a poupança custosa como fonte de captação e por atrair recursos dos fundos de renda fixa conforme a SELIC atinge patamares mais baixos. Ao mesmo tempo, constatamos que o crédito imobiliário, já pouco desenvolvido no Brasil, é grande dependente da poupança e esta tem sua capacidade de financiamento limitada. Sabendo-se que a demanda por crédito habitacional tem crescido bastante e que uma eventual diminuição do rendimento das cadernetas diminuiria sua atratividade, este cenário implica que o estoque de poupança não irá acompanhar as necessidades de crédito. Assim, essa diminuição deve ser acompanhada de medidas alternativas para o crédito habitacional. Desse modo, este trabalho tem como objetivo fazer um estudo do mercado imobiliário num contexto de redução do rendimento da poupança. Para isto, será estudado o cenário de convergência no qual o Brasil se encontra e será demonstrada sua incompatibilidade com a atual remuneração das cadernetas. Por fim, serão estudados os atuais sistemas imobiliários vigentes no Brasil, e serão feitas considerações para um maior desenvolvimento do mercado habitacional brasileiro.