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Título: O DESIGN EDITORIAL E OS CLÁSSICOS DA LITERATURA: AS TRAGÉDIAS DE WILLIAM SHAKESPEARE
Autor: RICARDO OLIVEIRA DA CUNHA LIMA
Instituição: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO - PUC-RIO
Colaborador(es):  EVELYN GRUMACH - ORIENTADOR
Nº do Conteudo: 17052
Catalogação:  10/03/2011 Idioma(s):  PORTUGUÊS - BRASIL
Tipo:  TEXTO Subtipo:  TRABALHO DE FIM DE CURSO
Natureza:  PUBLICAÇÃO ACADÊMICA
Nota:  Todos os dados constantes dos documentos são de inteira responsabilidade de seus autores. Os dados utilizados nas descrições dos documentos estão em conformidade com os sistemas da administração da PUC-Rio.
Referência [pt]:  https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=17052@1
Referência DOI:  https://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.17052

Resumo:
Em 1906, a escritora Gertrude Stein, ao ver o retrato que Picasso fizera dela, comenta: Não se parece nada comigo!. Picasso concorda, mas em seguida alerta: Mas irá parecer. Picasso alertou ao fato de que no futuro ninguém lembraria da escritora fisicamente, apenas a sua representação pictórica seria lembrada com clareza. Hoje a representação mais conhecida da Gertrude Stein é o famoso retrato por Picasso. Essa história me faz lembrar o problema da capa do livro. Uma capa nunca é uma representação exata do texto do livro, porém a maneira como nos relacionamos com o texto é afetada pela forma do livro. A tipografia, o formato e o papel devem afetar sublinarmente o leitor. Que curiosamente, só se dá conta de certos detalhes quando estão em desarmonia: um papel de má qualidade ou um texto mal impresso. Ao passo que um projeto gráfico harmônico não costuma chamar atenção ao leitor por suas partes constituintes, mas pela sensação de conforto e agrado que causam. Mas a capa é a peça gráfica com a qual o leitor deveria, a principio, ter um contato mais direto. Isso talvez se dê pelo fato da capa ter uma crescente função publicitária, ele informa e seduz o leitor. Para entendermos melhor o seu papel é interessante observarmos os clássicos literários, pois são editados diversas vezes ao longo do tempo, e por isso costumam ter capas diferentes. Poderíamos dizer que a forma que compreendemos um clássico muda ao logo dos anos e suas diferentes capas refletem essas mudanças. Essa é uma questão importante no mundo literário. Por exemplo, o autor J.D. Salinger, na tentativa de ter controle sobre a representação das suas obras, tem exigido dos editores dos seus livros que usem apenas tipografia simples nas capas, sem outras representações iconográficas. Salinger está consciente do poder que uma representação iconográfica tem sobre um texto. Essa preocupação mostra que a capa não reflete apenas a visão existente de uma obra, mas pode oferecer uma nova visão sobre um clássico. Essa renovação da imagem de um livro, que desagrada tanto Salinger, faz parte importante do desenvolvimento histórico e social de uma obra. A capa não é apenas uma proteção, mas contém, por mais simples que seja, uma interpretação da obra que prepara o leitor para o texto. Foi levando em consideração a influência que a capa tem sobre um livro clássico que me propus analisar as tragédias Shakesperianas e criar uma coleção de capas para essas obras. Escolhi a tragédia por ser um gênero clássico que tem sobrevivido ao longo dos anos e que esteve presente de forma significativa na obra de Shakespeare. Por isso além de ler essas tragédias, à procura dos seus significados, estudei o conceito da tragédia grega e sua história. Embora eu tenha escolhido especificamente a tragédia, a essência da minha proposta é o estudo da relação entre o design e os clássicos da literatura. A meu ver, os clássicos se encontram na a essência da cultura, contém a base dos signos e narrativas que usamos quando recriarmos nossa própria cultura. Obras como os épicos de Homero e as tragédias de Sófocles e Shakespeare fazem parte dos paradigmas das narrativas contemporâneas. Nesse sentido fui muito influenciado pelas reflexões do escritor Jorge Luís Borges que acreditava que todas as estórias são adaptações de narrativas essenciais, mais antigas. Nessas narrativas clássicas estão contidas as essências dos problemas humanos: a inveja, a dor, o prazer e todas as questões que se mantém essenciais ao longo dos anos. Por isso, a meu ver, os clássicos e suas questões podem ser ferramentas importantes para os designers gráficos. O designer é tipo de profissional que precisa conhecer razoavelmente bem os vários problemas humanos. Mesmo que ele atue apenas com design editorial, por exemplo, em cada área há um vasto leque de questões humanas que precisam ser consideradas por um profissional. Questões que vão alem da cultura histórica e técnica do design, mas que exigem uma vivência e compreensão da cultura em geral. Como não podemos conhecer todas os problemas e manifestações culturais, a leitura e vivência dos clássicos nos oferecem uma compreensão accessível da humanidade e da cultura. Além do papel dos clássicos no design é interessante considerar que em uma cultura como a nossa, em que se valoriza excessivamente o novo, sem entender o que está por trás dele, valorizar conscientemente o clássico me parece uma coisa boa.

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