Brasil e México são as duas maiores economias da América Latina e possuem diversas semelhanças entre si. Em termos históricos, ambas se industrializaram com estratégias de substituição de importações desde os anos 50 até os anos 70. Estiveram no centro da crise da dívida externa no início dos anos 80. Ambas adotaram estratégias de liberalização comercial nos anos 80 e 90 e implementaram acordos regionais com diversos parceiros comerciais nos anos 90. O comércio bilateral entre os dois países, no entanto, é menos expressivo do que se poderia esperar. Um aspecto marcante da economia mexicana é sua dependência com relação aos Estados Unidos. O NAFTA (Acordo de Livre Comércio entre México, EUA e Canadá), firmado em 1994, reforçou esta posição - entre 1994 e 2003, os Estados Unidos representaram, em média, 70,8% do total importado pelo México. A fim de diversificar suas relações comerciais e reduzir esta dependência, o México vem firmando acordos comerciais com vários países, inclusive com o Brasil. Os recentes acordos bilaterais entre Brasil e México (Acordos de Complementação Econômica 53 e 55) permitem vislumbrar amplas expectativas no contexto regional, com a previsão de um Acordo de Livre Comércio que vincule o México ao Mercosul. A aproximação entre o Brasil e o México é um passo importante para o aprofundamento da integração das Américas e a conclusão de um acordo de comércio entre os dois países oferece ao Brasil condições para uma transição gradual rumo à Alca, além de possibilitar um posicionamento estratégico no contexto regional e global.