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Título: JUNHO DE 2013 EM PERSPECTIVA HISTÓRICA: AS RAÍZES URBANAS E AUTONOMISTAS DA REVOLTA
Autor: ERICK SILVA OMENA DE MELO
RAFAEL DE SOUZA
Instituição:  -
Colaborador(es):  -
Nº do Conteudo: 64191
Catalogação:  03/10/2023 Liberação: 05/10/2023 Idioma(s):  PORTUGUÊS - BRASIL
Tipo:  TEXTO Subtipo:  ARTIGO
Natureza:  PUBLICAÇÃO
Nota:  Todos os dados constantes dos documentos são de inteira responsabilidade de seus autores. Os dados utilizados nas descrições dos documentos estão em conformidade com os sistemas da administração da PUC-Rio.
Referência [pt]:  https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=64191@1
Referência [en]:  https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=64191@2
Referência DOI:  https://doi.org/10.17771/PUCRio.DDCIS.64191

Resumo:
O presente artigo busca esmiuçar as origens e o desenrolar histórico de Junho de 2013. Passados dez anos das manifestações que chacoalharam o Brasil, o esforço intelectual para compreendê-las permanece uma tarefa difícil, pois a multiplicidade de significados e a disputa pelos sentidos de Junho acarretam dificuldades de interpretação. A literatura acerca dessas manifestações privilegiou duas teses principais. A primeira delas enfatiza o processo de ascensão social nos governos petistas e a suposta incompatibilidade desse processo com as revoltas. Essa visão reforça o caráter repentino dos protestos, construindo-os como um raio em céu azul, quase irracional. A segunda vertente analisa os protestos como um conjunto de manifestações de várias ordens políticas ideológicas, o que, nesse prisma interpretativo, faria de Junho de 2013 a inauguração de um ciclo político de direita no Brasil contemporâneo, isto é, as manifestações teriam gestado o Ovo da Serpente, que culminaria nas eleições de 2018, por exemplo. Já a hipótese aqui apresentada segue outra direção. Parte-se do pressuposto de que há uma interrelação importante entre causas estruturais e a agência dos atores políticos enraizados nesses processos. Por essa lente, argumenta-se que a revolta foi também resultante da combinação de um processo progressivo e contínuo de piora das condições de vida nas grandes cidades e do surgimento de uma cultura de protesto autonomista responsável por moldar simbolicamente esses problemas estruturais em um conjunto de experiências de rejeição às elites econômicas e ao sistema de representação política. Em outras palavras, entende-se que o autonomismo foi a chave interpretativa principal pela qual as mobilizações puderam ganhar a tração e magnitude que ganharam. O artigo defende essa tese alternativa fazendo uso de dados quantitativos, detalhando o contexto de crise urbana estrutural, e mobilizando técnicas qualitativas de análise de documentos para mapear a construção e difusão dessa cultura autonomista de protestos.

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