Em face da presente negociação militar entre o Brasil e a França, o artigo procura justificar a instrumentalização cultural presente no Ano da França no Brasil como meio pelo qual os dois países passam a consolidar uma experiência continuada de interação para facilitar, assim, a efetivação da cooperação e dos acordos propostos, tendo em vista o aumento de segurança e influência no Sistema Internacional. A partir dos conceitos apresentados pela teoria realista estrutural defensiva, vemos que a experiência continuada de interação racionalizada pelos atores promove uma maior previsibilidade de ação e diminuição de custos decorrentes da produção da cooperação, além de promover uma maior legitimidade de ação entre os atores e ganho de oportunidade de voz. O artigo pretende corroborar a hipótese de que as interações culturais funcionam como retórica política para que os Estados, submetidos a pressões sistêmicas, possam atingir a diferentes interesses nacionais.