O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi desenvolvido para enfrentar a superlotação dos prontos-socorros, tradicionalmente tidos como porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS) — consolidado como direito à saúde pública no Brasil, após processo de redemocratização política no país. Apesar de não ser novidade, o SAMU passa por processos de adaptações recorrentes. Nesse ensejo, aponta-se grave desafio de comunicação durante o Atendimento Pré-Hospitalar (APH) entre ambulâncias, centrais de regulação e hospitais públicos, através de publicações acadêmicas da medicina e enfermagem de urgência e emergência na cidade do Rio de Janeiro. Para desenvolver este quadro, abordou-se a adequação do design conforme os graus de complexidade projetuais, especialmente quando aplicado aos cenários que envolvem questões de saúde e políticas públicas. Este trabalho, portanto, objetiva o mapeamento do repasse de informações entre os atores do APH de casos avançados (alta gravidade), através do design e análise de dados. Seu desenvolvimento foi realizado por revisão bibliográfica, narrativa e documental, das políticas de saúde no Brasil e do SAMU da capital em foco, além de pesquisa de campo no Hospital Municipal Souza Aguiar. Foram utilizadas metodologias ligadas ao design sistêmico — amálgama entre o pensamento sistêmico e a prática de design — por meio da abordagem do Systems Oriented Design (SOD) e sua principal ferramenta, o gigamapping, aliado de Análise-ZIP e análise em perspectiva sistêmica freireana e santana. Esta é uma pesquisa que dá luz à necessidade de construção de conhecimento compartilhado e atuação coletiva junto ao uso de dados para o policymaking, mediante enquadramento de um problema em saúde pública, através da disciplina do design, para inovação pública e incorporação em agenda política.