A transição energética está mudando significativamente as matrizes energéticas do mundo. No Brasil, a energia hidrelétrica ocupa mais da metade da capacidade total instalada há quase cinquenta anos, porém a sua matriz também está se transformando devido a energia renovável intermitente. O crescimento das conexões de usinas eólicas e solares fotovoltaicas no sistema é uma preocupação para operadores de sistemas em todo o mundo. As energias eólica e solar fotovoltaica não produzem gases de efeito estufa, mas possuem características que tornam o planejamento e a operação do sistema mais complexo e dinâmico. Em uma rede elétrica com alta intermitência e variabilidade na geração, o sistema precisa de mais flexibilidade para entregar energia com segurança aos consumidores. Na ausência de flexibilidade suficiente, o operador tem como último passo o corte de geração. Em muitos países, esse recurso está sendo amplamente utilizado devido à rápida implantação das usinas eólicas e solares nos últimos anos. Essas restrições podem gerar custos adicionais para o gerador ou consumidor e podem representar um desafio para atingir as metas globais de energia renovável. Portanto, cortes substanciais são indesejáveis e requerem medidas adicionais para melhorar a sua previsibilidade e equidade. Este trabalho propõe uma metodologia para otimizar o corte de energia renovável intermitente conjuntamente com a alocação das reservas, considerando a incerteza intrínseca dessas fontes. Esse trabalho visa apoiar o operador em sua tomada de decisão na programação diária aproximando-a da operação em tempo real, bem como aprimorar os requisitos das reservas e definir um critério transparente de distribuição de cortes de energia eólica e solar.