O presente estudo investiga as relações entre os conceitos de Europeização e alargamento da União Europeia, propondo uma releitura sobre como ocorre a difusão de normas, bem como sua apropriação pelos Estados que almejam a membresia. Ao longo do texto, mobilizaremos literaturas sobre as lógicas do processo de internalização normativa e contraporemos noções que encaram a Europeização como uma dinâmica linear, majoritariamente coercitiva e somente visível no pós-adesão. Para isso, realizamos uma revisão teórica dos mecanismos de difusão, complementada por uma análise empírica do caso da Moldávia a partir de fontes acadêmicas e institucionais. A análise qualitativa é conduzida com base na mobilização documental, bibliográfica e de estudos de caso, principalmente aqueles que se relacionam à vizinhança oriental europeia. Os resultados evidenciam que a Europeização antecede a oficialização da candidatura e é constantemente contestada por atores locais, moldados por interesses e fatores identitários. Assim, a incorporação de normas e valores europeus convive com momentos de adoção, adaptação, resistência e rejeição, exigindo novas perspectivas que considerem a agência do nível nacional para além da visão fria das ondas de alargamento de cima para baixo.