Cidades são grandes demandantes de recursos naturais: água, energia, alimentos, solo, e na medida em que crescem, de forma não sustentável, acabam por exercer pressão em áreas adjacentes para que supram estas necessidades. Este estudo foca na cidade do Rio de Janeiro, capital do estado de mesmo nome, uma megalópole de aproximadamente 6 milhões de habitantes, e onde a maior parte dos alimentos aqui consumidos vem de fora de suas fronteiras. Situada em terreno com relevo diverso: Baixadas e serras, com várias bacias hidrográficas, rios de pequeno porte e, infelizmente, poluídos em seu curso médio, depende em grande parte, para consumo de seus habitantes, do fornecimento de água de rios interestaduais, de domínio da união, sujeitos a extremos climáticos, eventos de escassez hídrica, que podem comprometer sua sobrevivência, a própria produção de alimentos, o estabelecimento de outras atividades econômicas. Sobre este contexto o que procuramos analisar são as oportunidades e desafios que se apresentam para o desenvolvimento da agricultura urbana, considerada uma solução baseada na natureza, como um fator de resiliência a estas mudanças climáticas, contemplando as formas em que estas se desdobram no território, o porquê de sua não expansão e a avaliação sobre a real sustentabilidade deste empreendimento. Pretende o estudo apenas sinalizar caminhos possíveis de serem percorridos e que mitiguem os riscos climáticos, em especial os eventos de grande intensidade e duração, podendo servir como uma proposição de modelo para uso em outras urbes.