Frente ao desmonte das políticas públicas conquistadas pela Reforma Psiquiátrica Brasileira nos últimos anos, busco compreender como a produção de subjetividade capitalística engendra mecanismos micropolíticos através da captura do inconsciente desejante para se fortalecer institucionalmente. O resultando vem se dando em ciclos contínuos de sequelas psíquicas, sociais e ambientais que influenciam diretamente na saúde mental dos indivíduos, ao serem afetados pelas crises reverberadas por esse tipo de sistema. Através de uma breve revisão bibliográfica do percurso histórico das reformas psiquiátricas, argumento o porquê dessas práticas de aprisionamento subjetivo do inconsciente desejante serem produtores de patologias que viabilizam a sustentação de determinada estrutura de poder. A disseminação de lógicas e práticas que acolham a heterogeneidade de subjetividades no tecido social pode engendrar novas aberturas existenciais na saúde mental e, também, desestruturar a base de poder que sustenta tais crises.