A dança evoluiu de tal forma ao longo do tempo que um único modelo corporal começou a ser valorizado e desejado pelos professores e bailarinos: magro, estreito, longilíneo e sem curvas. Essas características, que compõem o que comumente conhecemos como corpo de bailarina, impõem a configuração corporal que deve-se ter para estudar e, principalmente, se profissionalizar no ballet clássico. A exigência para alcançar esse padrão estético tornou-se tão grande e desenfreada, que, segundo inúmeros estudos e relatos, acabou por provocar alterações e transtornos ligados à imagem corporal, bem como à nutrição e alimentação, das bailarinas, tornando-se um fator significativamente preocupante para a prática desta atividade. Tendo em vista este contexto, o presente trabalho tem como objetivo investigar o desenvolvimento do corpo ideal do ballet clássico ao longo da história e as consequências psicológicas e nutricionais para as bailarinas. A partir disso, visa contribuir com informações substanciais sobre corpo, estética, imagem corporal e comportamento alimentar, com o intuito de auxiliar esta classe artística, familiares, profissionais da psicologia e de áreas correlatas, além de promover intervenções capazes de reduzir ou evitar o impacto negativo desta construção social.