O objetivo do presente trabalho consiste em identificar os elementos e modos de funcionamento de um regime fascista a partir de uma democracia, abordando suas características fundamentais e ideológicas mais radicais. Com ênfase no aspecto mítico da criação do líder e a dicotomia com a razão, assim como o lugar que em seus seguidores ocupa a morte e o desejo. Trataremos também do papel crucial que os movimentos de massa exercem na vida coletiva e individual dos sujeitos que dela participam, bem como seus efeitos sociais e políticos, e suas manifestações mais cruas e inconscientes, que formam uma alma coletiva. Sendo assim, abordaremos as explicações psicanalíticas, à luz de Sigmund Freud, da diferença entre a psique individual e social dos sujeitos. Os instintos inconscientes que nessa configuração de massa vem à tona, o papel da identificação e das ligações libidinais na união da multidão com seu líder. Como também as causas e os efeitos do contágio e da sugestão, orientadas por um discurso hipnotizador de seu agitador, que visa a ascensão fascista.