O trabalho aborda o tema dos desafios no processo de subjetivação da adolescência diante das perdas simbólicas oriundas dessa fase. As mudanças e transformações no processo de adolescer podem ser vividas como perturbações, estranhezas, mal-estar sobre o corpo e o sexual, uma vez que as fantasias infantis vacilam e abrem espaço para um terreno de incertezas, o não sabido. Não se pode mais contar com as fantasias infantis como antes e nem mesmo com a imagem do próprio corpo, visto que o mesmo se encontra em constante mudança. Nesse processo, há uma reabertura da questão fundamental do sujeito sobre o seu lugar no mundo, convocada por um afrouxamento dos modelos identificatórios. Essas experiências de perda podem desencadear respostas esperadas, como o luto, ou manifestarse na melancolia, como uma ruptura no processo de simbolização. Em outros casos, numa tentativa de se afastar desses sentimentos avassaladores, o adolescente pode fazer um movimento brutal de separação pelo acting out ou passagem ao ato com uma ação mortífera e radical.