Este trabalho nasceu de uma experiência de visita a um presídio feminino. As encarceradas são, em sua maioria, jovens, negras e de baixa escolaridade, isto é, uma população extremamente vulnerável. A maior parte delas está presa por associação ao tráfico, levadas pela necessidade de sustentar os filhos ou por amor e lealdade ao parceiro. Apesar disso, elas quase não recebem visitas. Além dos empecilhos físicos, as visitações em presídios, existem estigmas que marcam mulheres que não cumprem o papel social esperado de uma cuidadora dócil. Como as mulheres são o pilar financeiro e emocional que organiza e sustenta a família, quando elas são encarceradas, geralmente, seus lares são desfeitos. Historicamente, as prisões foram pensadas para homens, e foram poucas e precárias as atualizações de infraestrutura para receber mulheres. O abandono e a falta de recursos dentro da prisão geram nas encarceradas uma sensação de desamparo, que pode promover transtornos como a depressão, e dificultam a saída dessas mulheres desse ciclo de violência. Deste modo, interessada no assunto e diante da carência de pesquisas que abordem as peculiaridades do encarceramento feminino, realizei uma revisão bibliográfica narrativa com o objetivo de divulgar a realidade negligenciada dessas mulheres.