O desenvolvimento socioemocional é intensamente associado às interações iniciais das crianças com seus cuidadores, os quais são considerados agentes primários de socialização. As relações cuidador-criança são co-construídas a partir de diversos aspectos que envolvem a personalidade da criança, as vivências dos cuidadores, as práticas parentais escolhidas, os fatores socioculturais, etc. O objetivo deste estudo foi investigar como a qualidade das relações cuidador-criança, baseadas na parentalidade positiva, podem facilitar o desenvolvimento socioemocional infantil, buscando elucidar as possíveis vantagens de se estabelecer interações iniciais saudáveis e respeitosas entre os cuidadores e suas crianças. A metodologia incluiu a busca em bases de dados acadêmicos e a seleção criteriosa de artigos e trabalhos relevantes com foco na temática apresentada. A partir de uma revisão narrativa da literatura, este estudo encontrou evidências de que o estilo parental autoritativo se caracteriza como o mais eficaz na promoção de um contexto favorável para um desenvolvimento socioemocional ajustado. Além do mais, a literatura tem evidenciado que a parentalidade positiva, baseada no respeito pelos direitos da criança, no atendimento de suas necessidades básicas e emocionais, na criação de um ambiente seguro para a expressão emocional e na educação não violenta, se apresenta como um conjunto de práticas parentais positivas que promovem padrões saudáveis de interações entre os cuidadores e suas crianças. Assim, os resultados deste estudo fornecem insights sobre os possíveis benefícios das interações iniciais saudáveis no desenvolvimento socioemocional infantil, as quais estão associadas a maiores níveis de autoconfiança, autoestima, prontidão para as relações sociais e ao desenvolvimento saudável das habilidades cognitivas e não cognitivas ao longo da vida das crianças. Ressalta-se, ainda, a necessidade de mais pesquisas neste campo, de maneira que se possa investigar as melhores formas de implementação das práticas parentais positivas no contexto da relação cuidador(es)-criança(s).