A dissertação tem como objetivo compreender como os professores realizam as rodas na Educação Infantil e de que forma essas rodas podem se constituir como espaços de cuidado, diálogo e presença. Com base em uma perspectiva ética do cuidado, a pesquisa investiga de que maneira as rodas são conduzidas por educadores e como esses momentos favorecem ou limitam a participação das crianças. A pesquisa foi realizada em duas instituições de Educação Infantil – uma pública e outra privada - no município do Rio de Janeiro e teve como foco os momentos de roda na rotina das crianças. O instrumento metodológico adotado foram as observações e os registros no caderno de campo, de duas turmas de crianças de 3 a 5 anos. O primeiro capítulo apresenta o percurso metodológico da pesquisa, contextualizando o cuidado a partir de uma abordagem ética, articulada ao referencial teórico adotado. Além disso, descreve as instituições observadas, os sujeitos da pesquisa e o processo de entrada no campo. O segundo capítulo discute a prática da roda na Educação Infantil, compreendendo-a não apenas como um espaço de diálogo, interação e rotina, mas também como um dispositivo pedagógico capaz de fomentar a construção de uma comunidade. O terceiro capítulo expõe os referenciais teóricos-metodológicos da pesquisa: a filosofia do diálogo de Martin Buber e a educação dialógica de Paulo Freire, buscando relacionar suas respectivas contribuições com os conceitos de diálogo, cuidado e presença. O quarto capítulo apresenta as análises, buscando identificar em que medida as rodas promovem experiências de cuidado, reconhecem a presença singular das crianças e favorecem um diálogo autêntico. Por fim, procura se, a partir das observações, indicar caminhos que privilegiem práticas pedagógicas na Educação Infantil que respeitem a singularidade das crianças e promovam relações baseadas na atenção, no acolhimento e na troca.