O cristianismo protestante, com suas doutrinas e interpretações bíblicas, configura valores, em nome da santidade e da noção de pecado, que podem resultar em sentimentos de culpa, repressão, uma visão equivocada a respeito de si e das relações. Este estudo propõe uma análise comparativa entre a formulação e influência cristã, as teorias freudianas e a experiência clínica, buscando compreender como a prática da fé afeta na manifestação da sexualidade dos indivíduos. A igreja, ao construir cultura, molda a maneira como os seres se enxergam e se relacionam com seus corpos, temas de grande interesse da psicologia, e dentre os vários mecanismos potencializadores e positivos, pode vir a desenvolver também comportamentos desadaptativos e disfuncionais para a saúde emocional. Diante disso, queremos contribuir para a prática clínica, olhando especificamente para o recorte cristão protestante no Brasil e para os ajustes adaptativos e sublimados que os membros dessa religião fazem para lidar com a repressão da sua sexualidade.