Introdução: A esquizofrenia é um transtorno mental crônico e incapacitante, cujo tratamento foca no controle dos sintomas positivos, primariamente com medicações antipsicóticas. No entanto, intervenções psicossociais como a Terapia CognitivoComportamental (TCC) têm demonstrado auxílio na redução dos sintomas, ainda que dados sejam iniciais e tenham conflitos. Logo, este trabalho revisa sistematicamente ensaios clínicos sobre a eficácia da TCC comparada ao tratamento usual. Método: Buscas nas bases Embase, PubMed e Web Of Science cruzaram termos para esquizofrenia e TCC, filtrando para ensaios clínicos randomizados. Foram selecionados artigos exclusivamente com portadores de esquizofrenia que participassem de ensaios clínicos randomizados com ao menos uma intervenção de TCC sendo comparada a intervenção usual quanto a sintomas positivos, antes e após o tratamento. Para cada artigo selecionado, informações da amostra, da intervenção e em especial os dados dos sintomas positivos antes e após a intervenção foram extraídos. Usando o software RevMan, análises da eficácia e do efeito da TCC foram realizadas usando medidas de efeitos aleatórios. As comparações da eficácia da TCC foram consideradas analisando a diferença dos sintomas antes e após a intervenção. Efeito de tratamento foi analisado comparando os sintomas positivos após a intervenção com TCC e com a intervenção controle. Resultados: 1.610 artigos das buscas levaram a 8 incluídos na revisão. Apesar de estudos com a TCC, os protocolos eram distintos em todos os trabalhos. Dois instrumentos foram identificados e meta-análises para cada um dos dois foram realizadas utilizando análise de efeitos aleatórios com os valores das médias dos sintomas positivos. Os resultados da meta-análise revelaram efeitos de eficácia, mas não de efeito da TCC. Discussão: Ainda que a TCC tenha um grande destaque atualmente entre as abordagens psicológicas, ensaios clínicos não sustentam que seja uma intervenção de escolha para ser acrescentada ao tratamento da esquizofrenia no que diz respeito aos sintomas positivos. Há uma necessidade de mais estudos e que usem protocolos mais recorrentemente, entretanto. A TCC parece segura e auxilia o tratamento, mas não demonstra superioridade a intervenção padrão.