Esta pesquisa surgiu na tensão inquietante de dialogar e produzir sentidos. Assim, jogou-se em um campo, pelo menos a princípio, alheio a linguagem no que entendeu ser oportunidade para estudo dos multimodos. Compreendendo-os como relações dos sentidos para construção de sentido; na consideração de suas propriedades ideológicas; ao vislumbrar a necessidade de articular o que é desarticulado. Então formulou o objetivo: Propor reflexão acerca do design enquanto processo que articula a multimodalidade nos códigos da realidade e constrói o sentido na instituição de ensino de Medicina que lhe serviu como campo. O que é de relevância para propor novas visões sobre as produções materiais que produzem sentido, promovendo reflexão no campo do Design e da Medicina. Utilizou metodologia com base em Bakhtin (1997[1979]; 2006[1929-1930]; Brait, 2005) e propôs diálogos entre autores e conceitos, destacando-se Pasolini, Flusser e Bakhtin. Desenvolveu metodologia de análise em espiral, que considera o enunciado e o contexto enunciativo. Concluiu que os códigos da realidade articulam, em sinestesia e tradução, os modos e objetivos das aulas de medicina e que os estudantes de medicina produzem designs plurais, respondendo ao gênero, de tal maneira que o sentido e a ideologia respondem ao conteúdo temático. Desta forma, a leitura do mundo, depende da leitura dos designs. Todo ato é responsável e responsivo, tendo consequência, logo, é ideológico. Neste sentido, converge a Medicina e o Design que: ler o mundo é escrever vidas.