Há diversidade de propostas de vida cristã, o que dificulta saber o que é realmente a vida abundante que Jesus prometeu. Para viver isso no cotidiano, é preciso uma espiritualidade que contempla e age, que se esforça para subir a montanha de Deus atraída pela graça, mas também desce corajosamente movida por compaixão. Tudo começa na conexão primária a Deus, oportunidade disponível a todos que o busquem, em sua própria linguagem, por janelas metafóricas, verdadeiras interfaces do transcendente, lugares existenciais privilegiados onde a contemplação é mais perceptível. Grandes personalidades da história da mística cristã indicam que há um processo a percorrer. No caminho, há convergências com todos, pois Deus tem-se dado a conhecer, é preciso discernir. Assim, a vocação do discípulo de Cristo é tornar-se melhor humano, deixando-se modelar ao seu mestre. Isso no Espírito Santo, por meio das Escrituras, fonte de felicidade para o ser, onde Thomas Merton diz encontrar um Tu vivo. Ele mesmo será um exemplo prático por meio de sua vida e obra, para discernir como Jesus tem sido percebido e experimentado nas vivências e pesquisas sobre esta vida. Ele buscou constantemente a vontade de Deus, sem distanciar-se da realidade humana, sempre aberto às mudanças. Seus encontros e diálogos o transformaram, fossem amigos, discípulos, livros ou viagens. Suas influências o levaram a amar a natureza, a olhar seu eu interior mais profundo e finalmente encontrar a Deus, o Sumo Bem e a suma felicidade. A vida abundante cria uma realidade que integra o ser em uma espiritualidade psiquicamente saudável, ecologicamente integral e performativa.