Esta dissertação busca analisar como o Evolucionismo vem sendo evocado por autores das humanidades ambientais interessados na noção de Gaia, que nomeia a teoria científica elaborada por James Lovelock e Lynn Margulis, como Bruno Latour, Donna Haraway, Anna Tsing e Isabelle Stengers. Tomando como base os argumentos apresentados por Latour no terceiro capítulo do livro Diante de Gaia (2020), este trabalho discute o papel de conceitos como simbiose e seleção natural na delineação de uma interpretação de Gaia que demonstra como tal noção difere da ideia de Natureza que herdamos da modernidade europeia. Além disso, a partir dos escritos de Stephen Jay Gould (1989; 1990), Donna Haraway (2016) e Isabelle Stengers (2002), a dissertação investigou as razões que levaram Latour a propor uma aproximação entre o Evolucionismo e o campo das narrativas, reivindicando uma leitura não finalista da teoria darwiniana. Por fim, o trabalho analisa os modelos de referência que orientam as diferentes leituras do Evolucionismo e as distintas conclusões que delas podem se depreender.