Este trabalho visa analisar a época geológica atual, denominada por alguns pesquisadores de Antropoceno, caracterizada, principalmente, pelas mudanças climáticas causadas pela intervenção humana na natureza, intervenções não de forma individualizada, mas dentro da lógica capitalista de exploração e busca incessante por lucro. Nesse sentido, uma investigação acerca do conceito de injustiça ambiental será central na pesquisa, uma vez que as consequências dessa era de colapso ambiental afetam de maneira desigual as populações em vulnerabilidade social. Assim, o trabalho, sob uma perspectiva antropológica que busca superar a dicotomia natureza-sociedade, se propõe a destacar a queda e os efeitos do antropocentrismo, ou seja, essa ideia de que a humanidade é o centro e a natureza se apresenta como secundária e mera fonte de extrair recursos com a finalidade de lucrar. Para tanto, o texto é construído a partir de uma abordagem histórica, a qual se dedica a investigar a relação sociedade-meio natural desde o período colonial até o contexto hodierno, em conjunto a uma revisão bibliográfica essencialmente marxista.