O workaholism, ou adição ao trabalho, tem se mostrado prejudicial à saúde mental e física dos indivíduos, estando frequentemente associada à baixa satisfação com o trabalho, à pouca qualidade de vida, a problemas com o sono e a conflitos nas relações trabalho-família. Há robustas evidências de que ele atue como antecedente da síndrome de burnout, estados de ansiedade e depressão. A enfermagem está entre as profissões mais afetadas por esse fenômeno, o que denota prejuízo não só a essa categoria profissional, mas também à sua clientela, à sua família e às instituições. A presente tese é composta por quatro estudos realizados de forma independente entre si, dentro de um contexto único que buscou conhecer, analisar e discutir a atuação de profissionais de enfermagem e suas relações com a adição ao trabalho. O primeiro estudo é uma revisão integrativa que teve como objetivo compreender a relação existente entre a adição ao trabalho e a síndrome de burnout, analisando material científico desenvolvido na última década. O segundo estudo teve como objetivo analisar de forma qualitativa as percepções de 20 profissionais de enfermagem que buscam formações paralelas, investigando suas motivações e possíveis associações com estados de engajamento e adição ao trabalho. Concluiu-se que a busca por formações paralelas entre profissionais de enfermagem não necessariamente reflete um comportamento aditivo. O terceiro estudo investigou o papel mediador das ações do redesenho do trabalho nas relações entre engajamento, adição ao trabalho e recursos do trabalho em 765 profissionais de enfermagem. Verificou-se que a autoeficácia ocupacional e as oportunidades de redesenho do trabalho atuam como preditores dos níveis de engajamento enquanto os níveis de demanda atuaram como preditores de adição ao trabalho. Observou-se que a dimensão redesenho da tarefa atua como mediador nessas relações. Por fim, o quarto estudo analisou evidências de validade da versão brasileira da Bergen Work Addiction Scale (BWAS) buscando compreender as relações entre a adição ao trabalho, a ansiedade e variáveis sociodemográficas. Os resultados indicaram que a versão adaptada da Bergen Work Addiction Scale apresentou evidências de validade convergente e de critério, sendo um instrumento confiável para avaliar adição ao trabalho. Os estudos apresentados nesta tese indicam que a adição ao trabalho é uma realidade para a sociedade contemporânea e as pesquisas realizadas acerca deste fenômeno ainda não conseguem apresentar um consenso entre sua definição e formas de medição. Propostas de intervenções e tratamento são discutidos ao longo dos estudos.