Este estudo investigou, sob a ótica da Teoria da Identidade Social, a influência do desempenho esportivo de um clube de futebol nas percepções dos membros de seu programa de sócio-torcedor, em relação aos benefícios financeiros e sociais (pertencimento e status) proporcionados pelo programa. Além disso, buscou-se identificar como a atitude dos membros do programa e sua propensão em manter sua afiliação são afetados pelos resultados. Para testar as sete hipóteses formuladas, um estudo longitudinal, sob a forma de painel, foi conduzido com uma amostra de 371 sócios-torcedores de um popular clube de futebol da cidade do Rio de Janeiro, que responderam a um mesmo questionário em quatro momentos distintos. Os resultados sugerem que mesmo indivíduos que têm alto nível de identificação ao clube tiveram alteradas sua atitude e intenção de manter sua afiliação ao programa, em função dos resultados obtidos pela equipe de futebol do clube. No entanto, diferente do que a literatura sugere, tais alterações não foram acompanhadas por mudanças da autoestima, do sentimento de pertencimento e da percepção de status proporcionados pela afiliação ao programa. Isso sugere que outros fatores, como interações sociais, rituais de consumo e mecanismos visíveis e observáveis, atualmente pouco desenvolvidos pelos programas de lealdade dos clubes, podem ser relevantes para o desenvolvimento do sentimento de afiliação, de envolvimento e de distinção social, podendo assim, provocar mudanças na percepção dos benefícios sociais proporcionados pelo programa, em função do desempenho esportivo.