O objetivo desta tese é analisar criticamente o desenvolvimento geográfico desigual enquanto movimento da sociedade capitalista em (re)espaciliazação, apontando para outras possibilidades de reprodução sociometabólica, em espacialidades apoiadas na diferença. Reconhecendo no desenvolvimento geográfico desigual uma possibilidade de fornecer novos caminhos ao arcabouço teórico-conceitual da ciência geográfica, defendemos que a referida construção exige uma atualização/ressignificação das suas formulações, o que passa pela abertura a contribuições teóricas e práticas para além do âmbito eurocêntrico e economicista. Desse modo, entendemos que o movimento, a subversão e a transitoriedade são elementos fundamentais aos referenciais marxistas diante das atuais contradições próprias da produção capitalista do espaço, marcada pela reconfiguração da acumulação primitiva e por novas facetas do movimento de colonização. A necessidade de ressignificação do escopo analítico da geografia, que passa pelo entendimento do movimento inerente à relação sujeito-objeto, torna-se indispensável para refletir sobre temáticas e perspectivas outrora deixadas nas margens. Recuperar e elaborar o conceito de desenvolvimento desigual parece nos central à análise das transformações no espaço no momento atual, uma vez que a produção de escalas espaciais e a produção da diferença geográfica tornam-se aspectos fundamentais para repensar os sujeitos e incorporar novas significações aos contornos específicos que adquire o espaço urbano na atualidade. Tal reformulação (impreterivelmente imbuída de pensamento e ação) pode oferecer caminhos para a projeção desenvolvimentos geográficos alternativos, apoiados na sinfonia das diferenças e nas espaço-temporalidades múltiplas do Outro urbano.