O trabalho busca fazer uma análise sobre como o discurso da democracia elucida as relações de poder no cenário internacional. Para fazê-lo, nos pautamos numa vasta base conceitual que percorreu desde a formação do conceito de democracia até a constituição de práticas discursivas. Notamos que com o advento da lógica de mercado na formação do Estado moderno acabou por deteriorar as condições de vida das sociedades de forma geral. A democracia serviu de instrumento para corroborar este processo. Nosso objetivo central foi mostrar que a democracia empiricamente, como regime de governo, não reflete os elementos que estão presentes em seu discurso. Logo, identificamos que o discurso da democracia subentende um saber, rodeado de subjetividades, agregando valores ao regime democrático que não se conferem na realidade, criando um imaginário em torno de seu significado. Nosso estudo de caso é sobre o discurso norte-americano da democracia. Dentro da classificação de democracias, os Estados Unidos possui seu próprio modelo, que está vinculado a promoção de liberdade, justiça e dignidade humana. Nele identificamos a busca dos Estados Unidos em promover seu modelo ideal, que alinhado a políticas de liberalização econômica, transmite a idéia de exportação da democracia para o mundo. Tendo este discurso como instrumento de política externa, se identificam os aliados e inimigos, emergindo as relações de poder no plano internacional.