A colonização italiana em Porto Real (RJ), iniciada em 1875, resultou na fundação de um núcleo familiar de imigrantes provenientes do norte da Itália dedicados ao cultivo da cana-de-açúcar na região sul-fluminense. A criação da Associação Vittorio Emanuele II (AVE II) pelos descendentes na década de 1990 e a sua inserção no Museo Virtuale Dell’Emigrazione Emiliano-Romagnola nel Mondo (MIGRER), colocou a associação e, consequentemente, a cidade de Porto Real a um patamar de reconhecimento internacional em torno da defesa dos legados deixados pelos emigrantes da região da Emilia-Romagna. A visibilidade que o MIGRER propicia ao município oferece um conjunto de relações na qual as noções de redes, museu e cultura se agregam de forma a pensar o fenômeno de formação identitária de um grupo e seu pertencimento local. A pesquisa encontra-se estruturada em três eixos principais: a revisão da literatura sobre sociologia cultural; a contextualização histórica do município de Porto Real, com ênfase no processo imigratório italiano em âmbito local e nacional, e no papel do museu como instituição; e, por fim, a análise da atuação do MIGRER através das associações e o conceito de redes, buscando compreender as manifestações culturais locais, globais e virtuais. O estudo foi realizado a partir de levantamento bibliográfico acompanhado do trabalho de campo, com intuito de analisar a contribuição teórica clássica e contemporânea junto com as manifestações presentes no local.