Essa monografia propõe um debate em relação ao discurso da China sobre o Tibete. Ele se constrói conforme particularidades e características que se formam ao longo de um processo de hierarquização e consolidação de identidades políticas. Desde quando a China ocupou o Tibete, em 1949, se fortaleceu a discussão em que se insere a questão das fronteiras, da soberania e da produção textual. Esses conceitos são analisados por autores pós-modernos, utilizados como base no trabalho na análise teórica. Documentos oficiais são utilizados a título de reflexão empírica, assim como artigos de jornal e discursos de membros dos dois governos. Tal forma de estudo se justifica por possibilitar uma melhor compreensão do leitor do tema e método proposto. Além disso, a base deste ensaio está na proposição de que o discurso chinês de dominação do Tibete se concretiza nas práticas do governo da República Popular da China ao longo da história e, conseqüentemente, na formação de um discurso de resistência por parte do Tibete e de outros Estados que o apóiam. Assim, se desenvolveu uma luta de uma nação dentro de outra, que acaba sendo vista, no sistema internacional, através de uma lente que corresponde ao discurso dominante da China.