O objetivo dessa monografia é analisar a influência de dois dos regimes internacionais, existentes à época da Guerra Fria, sobre o colapso da União Soviética. Os regimes analisados são o de direitos humanos e o de desarmamento. A hipótese defendida, por sua vez, é a de que o fim da URSS se deu graças à concatenação de fatores diversos, dentre os quais estão as restrições impostas pelos regimes internacionais. As opções da União Soviética para lidar com problemas internos, como a crise econômica e a insatisfação popular, seriam limitadas uma vez os soviéticos tinham interesses nos ganhos que os regimes poderiam proporcionar em outras áreas, como a econômica e a tecnológica. Assim, os cálculos da URSS indicavam que a adesão aos regimes e o comprometimento com suas normas gerariam lucros que compensariam algumas concessões. No entanto, eles se mostraram errados, uma vez que, ao seguir as normas impostas pelos regimes internacionais, a liderança soviética precisou fazer concessões, na esperança de controlar movimentos separatistas, enquanto buscava recuperar a economia por meio da cooperação e de reformas liberalizantes. Tais concessões enfraqueceram o poder central e abriu espaço para forças centrífugas dentro do próprio território russo e para que as repúblicas satélites se fortalecessem.