Esta pesquisa objetiva ouvir as vozes de alguns estudantes e compreender suas crenças (Barcelos, 2004) relativas à sala de aula, a fim de gerar entendimentos sobre o que chamo de uma pedagogia aprendente, em que professor e alunos constroem as aulas e conhecimentos conjuntamente. Para isso, baseio-me na minha experiência como professora on-line de inglês de pequenas turmas, iniciada durante a pandemia da covid-19. Convidei seis antigos alunos para termos conversas exploratórias (Nunes, 2022), baseadas na Prática Exploratória (Miller, 2013), a respeito das nossas e de outras aulas, gerando assim os dados analisados nesta dissertação. Este trabalho insere-se no paradigma qualitativo-interpretativo (Denzin e Lincoln, 2011) e possui viés autoetnográfico (Ellis e Bochner, 2000; Reis, 2018), já que as conversas ocorreram entre mim mesma e alunos que são meus amigos próximos ou familiares. Os diálogos apresentaram variadas temáticas levantadas pelos estudantes e por mim, mas foquei a análise nas falas referentes às práticas pedagógicas e às interações da nossa aula on-line. Alinho o desenho da minha pesquisa aos paradigmas da Prática Exploratória (Allwright, 2006; Grupo da Prática Exploratória, 2020; Miller et al., 2008), Linguística Aplicada (Bohn, 2013; Fabrício, 2006; Fairclough, 2001) e educação (Bacich et al., 2015; Freire, 1996; hooks, 2013). Para transcrição e análise, utilizo o aporte teórico-metodológico da Análise do Discurso (Austin, 1990; Bakhtin, 1997) e Análise do Discurso Crítica (Ramalho e Resende, 2011; Rampton, 2006; Rocha e Deusdará, 2016). É possível perceber alguns pensamentos dos alunos convergindo entre si e com a pedagogia que proponho, a qual ressalta a importância do diálogo e da proximidade entre os participantes da aula e formatos de aula focados na interação como um tipo de co-produção (Allwright e Bailey, 1991).