Por vezes, rotulamos pessoas e grupos, reproduzindo o senso comum, que propaga a ideia de identidade como algo imutável (Norton, 2013). Para contestar esta reprodução e propagação equivocadas, este artigo tem por objetivo mostrar como os discursos de três professoras, permeados por julgamentos, influenciaram a (re/co)construção identitária de seus alunos, além de terem refletido sobre suas próprias identidades docentes. Para tal, este estudo alinha-se à perspectiva da Linguística Aplicada Contemporânea (Signorini, 2006) e ao paradigma qualitativo-interpretativista de pesquisa (Denzin; Lincoln, 2006). A análise dos dados se deu microdiscursivamente através do Sistema de Avaliatividade (Martin; White, 2005), um desdobramento da Linguística Sistêmico-Funcional (Halliday, 1994). Para as participantes, as práticas escolares pautadas pela visão mercadológica de ensino influenciam suas percepções de seus alunos/as e de si, afetando a (re/co)construção identitária de discentes e docentes. Com isso, entende-se que as identidades são dinâmicas, porque estamos sempre mudando, o que acaba por modificar o outro, ressignificando-o e a nós mesmos.